10 de dez. de 2008

:: A Carta ::

Iêda,

Tenho muito a dizer. Talvez não interesse a muitas pessoas, mas à você com certeza sim.
Te olhei no espelho nesta manhã e senti saudades. Saudades de características antigas que deixaste para trás. Percebi que o olhar não é mais o mesmo, não sorri com tanta frequência. Logo esse olhar que não sabia ser sério. Triste, então, nunca!
Sei que a vida deixa marcas no olhar, mas não tens motivo para isso, pelo contrário. A imensidão de mudanças pode mostrar motivos, mas, lá no fundo do coração, sabes que não há. Então, cadê aquela alegria que transbordava no olhar? Será que isso que é ser madura? Que chato!
Há algum tempo já percebo que há uma força em você, que surge sei lá de onde, que a faz levantar de qualquer descida brusca de humor, mesmo que algumas saudades a persigam e fiquem o tempo todo contigo, grudadas com "super bonder".
Engraçado, amo em você até o que ninguém jamais amaria; aquelas manias chatas que só você sabe ter, que são próprias de você, mas que me fazem rir e saber que sem elas não seria VOCÊ.
Te conheço de todos os lados, por tudo que sentes, tudo que necessitas, tudo que te faz triste ou que te enlouqueces de felicidade. Sei até que você fala consigo mesma quando está só e ri como se estivesse junto a alguém. Loucura! Loucura saudável e deliciosa, porque sabes curtir você mesma e momentos a "sós". Só eu sei que estudou tanto apenas porque não queria ser "gari" (sem preconceitos!), mas que era isso que a fazia lutar contra a imensa preguiça que habita em você. Preguiça essa que é o mal que trouxe tanto bem, já que sempre que ela falava alto, você lembrava de algo nada bom que suas consequências trariam.
Eu, que tenho que te aguentar até naqueles seus súbitos momentos dificílimos de conviver, sou a única pessoa que pode te amar inteiramente de verdade, mesmo detestando sua mania insuportável de ser certinha demais e de amar incondicionalmente. Nasci por você e para você.
Bem, por fim, só quero lembra-te que dias nublados também podem ser ensolarados. É só colocar um sorriso no olhar.


Iêda
(De mim para mim mesma)


Obs.: Acho que sempre devemos escrever uma carta a nós mesmos, sermos infinitamente sinceros. Aqui, não escrevi como realmente deveria escrever para mim, afinal, ainda não sei falar de mim em "lugares públicos"! rsrs Mas procurei escrever algo como se fosse parte de uma história, um personagem!

Iê...

6 comentários:

Patrick Mesquita disse...

Essa minha professora é demais!!
Por isso gosto dela, Parabéns... Espero escrever d mesmo jeito um dia!!!!

Alexandre Ofélio disse...

Adorei a carta e espero que todos façam o mesmo, ótima terapia. E, referente aos dias nublados, pode ter certeza que a tempestade vem para lavar nossa alma e fazer que nossa essência se renove sempre.

Ótimo texto e como disse o Patrick: Esperamos escrever desta mesma forma um dia!!! Beijos Iêdinha....

Montanha

Lu Fuoco disse...

Iê, você já se deu conta de que a última vez que nos vimos foi no meu casamento?

Absurdo, eu sei...Isso já faz 5 anos (quase 6, logo mais). E sabe o que eu mais lembro de você, do tempo que convivemos quase que diariamente?

Do seu sorriso. Sério. Não apague ele do seu rosto, jamais.

Saudade imensa! Vamos nos ver em breve.

Um beijo, Lu

Ana Rosa disse...

Que saudades!!É isso mesmo, sem dúvida precisamos algum dia de nossas vidas, nos ouvir e só faz isso quem permite se conhecer, parabéns, bjs

Bocadinho de prosa disse...

Oi Iêda, nossa, muito profundo e bonito! Adorei! Um belo exercício de olhar pra si e se valorizar também. Dar risada das nossas manias, das nossas chatices. Tô apreendendo a fazer isso agora comigo. Muito bom. beijos.

Anônimo disse...

Oi Iêda,
Olha, gostei muito da carta tanto que vou escrever uma pra mim agorinha.. às vezes precisamos dizer e ouvir umas verdades, aquelas que são necessárias pra nos motivar, e abrir os olhos em alguns casos. Massa a idéia, parabéns.

Te adcionei num "Meme" (ainda não sei pq meme se chama meme, mas tudo bem), e agora você não pode escapar!! hehehe.

Bjos.