30 de ago. de 2009

:: História de Amor - Parte IV ::

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No momento em que se desligava do mundo e de sua dor delirante, dançando e bebendo muito, foi atraída por um olhar embasbacado, desses que parecem imã. Ela não entendeu o que sentia, mas viu-se diferente. Gostou do que observava e, momentos depois de uma conversa entre olhares, estavam perto. Surgiu um beijo instigador entre uma multidão que não parecia estar ali. Porém, um minuto depois, voltou ao mundo real e saiu dali imediatamente com seus amigos. Colocou a culpa pelo acontecimento na quantidade do que havia bebido, mas teve outros encontros instantâneos com o admirador, apenas beijos, cada vez mais ferventes, mas simplesmente beijos. Nem ao menos nestes momentos seu fantasma preferido – como já há algum tempo chamava o amor de sua vida - a largava. Nem por um instante. Era uma falta dominante que sentia, faltava-lhe ar e força para ir contra a dor vazia no coração. E ele, o real, parecia ter sentido que algo chegara muito perto do seu pacote de brinquedo velho abandonado e escreveu de saudade para ela. Que confusão criou naquele coração. Ela demorou dias para responder com coragem e não apenas se jogar nos braços daquela saudade que parecia ser só dela. “Saudade de que? Não se sente saudade do que não gosta, do que se joga fora...”, escreveu. E recebeu uma resposta mais perturbadora ainda. Não entendia. Como pode alguém sentir falta do que não quer perto, pensava sempre. Contudo, continuavam a se corresponder quase que semanalmente, por meses. Com o admirador, teve apenas mais um encontro, desses onde os beijos esquentam mais do que o esperado e o corpo pede a sequência. E seu corpo implorava o toque, mas ela fugiu dali, seu coração não permitiu tal despautério contra seus sentimentos intensos. Não, ela não se tornara uma puritana, mas ainda não conseguia nem sequer imaginar outras mãos em seu corpo, outros sentidos delirantes. Nos meses seguintes, continuou entre se divertir e chorar num canto isolado de todos, já que não permitia que ninguém soubesse que ainda sentia dor e falta. Teve novos admiradores, se deparou com inveja e traições de pessoas próximas – sua gigante ingenuidade ainda não havia partido totalmente -, e criou um novo modo de viver, até que, depois de várias conversas virtuais, marcou um encontro sério, num local não tão sério assim, com ele...

Iê...
P.S.: O Vida Bailarina ganhou um selo exclusivo pelo aniversário. O presente foi da Nade, do Orgulho de ser. Amei!! Linda surpresa! Obrigada mesmo!! (clicando na imagem dá para ver o efeito - piscando))

28 de ago. de 2009

:: Niver do Vida Bailarina ::

Feliz Aniversário!!!!

Hoje o Vida Bailarina faz um ano de blogspot (e este mês fez 2 anos de existência também!). Obrigada pelas 10 mil e 400 (por ai) visitas - inclusive dos leitores "invisíveis" - e por todos os comentários.

Iê...

Obs.: No fim de semana a História de amor continua...

23 de ago. de 2009

:: História de amor - Parte III ::

Resolvi dar continuidade a uma história que havia colocado aqui há quase um ano. Já tenho até a parte V escrita, mas nunca postei... Agora, que estamos na semana de aniversário do Vida Bailarina - dia 28 faz um ano de blogspot e 2 anos de existência de Vida Bailarina -, revi alguns posts antigos e resolvi continuar a história....
Para quem quiser relembrar ou ler pela primeira vez:
Parte III
Sim, ela mudou. Mas o que havia dentro dela, aquele sentimento fervente e brilhante, continuou ali, muitas vezes derramando lágrimas doloridas em seu rosto, lágrimas acompanhadas de soluços amargurados pela dor daquela falta que não estava preenchida com tudo o que ela inventara para tentar esquecer:
o silêncio oco em sua cabeça a fez reagir por uns instantes, lembrar que havia vida ao redor, apesar de parecer estar num mundo diferente, como quando se depara com a morte de alguém... Foi exatamente isso que ela escreveu uma vez para ele enquanto relatava a falta que ele fazia para ela – “Estranho, parece que você ainda faz parte de mim, às vezes parece que estou lidando com a morte de alguém. É este tipo de vazio que sinto...”.
Mas a lembrança de instantes atrás, do abraço fúnebre, dos lábios secos, da falta de sorriso naquele lindo rosto a fez reagir, fazer promessas a ela mesma que a partir do minuto seguinte esqueceria tudo e que construiria uma nova história – como se fosse possível. Pegou o telefone e ligou para um amigo. É, amigo, dessas suas verdadeiras amizades com meninos. Disse, pela primeira vez em sua vida, que precisava de ajuda, precisava conseguir voltar a ser ela mesma – já que a dor a consumira demais – não havia mais sorrisos, não havia mais brilho nos olhos, não havia mais alegria – havia apenas a cor fúnebre de um rosto que só conhecia lágrimas e de um corpo que apenas obedecia uma mente acostumada aos afazeres rotineiros de uma vida. Ficou ali parada por duas intensas horas. Muitas pessoas a olhavam, já que caia lágrimas em seu rosto por detrás daquele óculos escuro – mas as pessoas não sabiam que ali nascia uma outra menina, uma mulher de verdade talvez, dessas que não precisam de ajuda, dessas que não esperam que alguém a faça feliz – mesmo sabendo que às vezes isso seria impossível. Neste tempo em que esperava o amigo, fez planos de vida - prometeu que nunca mais imploraria o amor dele ou pediria para voltar-, fez promessas de amor a ela mesma. E apenas ela a amou de verdade - era isso que ela achou por muito tempo.
Quando viu o amigo próximo dela, com a cara de quem estava indo salvar uma enforcada, suspirou fundo e ensaiou um de seus melhores sorrisos. Sim, foi apenas um ensaio. Porque nesse tempo todo, o que parecia um ano para ela, não havia desabafado com ninguém, se isolou sentimentalmente do mundo real, e o que mais quis desde sempre foi um colo para deitar e esvaziar-se daquela dor esmagadora e ensurdecedora que havia dentro dela. Chorou, chorou, até ficar seca como terra árida que não recebe chuva há meses. O amigo? Calou-se. Esperou. Abraçou. Passou a mão em seus longos cabelos. E fez companhia em todas as loucuras que ela fez para levantar-se novamente.
Por um mês, ela voltou a brilhar, brilhava tanto que chamava atenção em todos os cantos que frequentava. Parecia feliz, mas não estava. Ele ainda fazia falta. Frequentou festas, baladas, fez viagens e aventuras maravilhosas, mas tinha instantes em que se isolava, chorava e “falava” com seu amor em pensamento, como que para entender o que havia acontecido com sua vida, com seu eu de verdade, como que pedindo socorro. Fez amizades novas, algumas boas, outras nem tanto. Era sempre acompanhada por seu amigo e por uma velha grande amiga. Usou um tipo de droga – isso não combinava com ela - e foi ai que levou o estonteante chacoalhão de seu amigo, a única vez em que ele não passou apenas a mão em sua cabeça e sim gritou, gritou, gritou muito, verdades nuas e cruas, para mostrar que o caminho não era esse. E ela voltou ao normal – só por um instante fez algo errado, no mais, ela só estava tentando entrar na vida normal e mostrar que se amava e que só queria voltar a ‘ser de verdade’. Fez planos, reergueu alguns que já existiam e realizou um por um, sempre sentindo falta de seu amor em cada realização – não o esquecia nem por um instante, apesar de... -, mas respirava fundo e agia rápido, para viver. Foi procurada por muitos rapazes, o que a fez sentir-se lisonjeada e com mais vontade de cuidar dela – sim, ela estava mais bonita que antes, cuidava de cada detalhe como nunca havia feito antes. Sentia-se bela. Linda - era como todos a viam. Mas ela não retribuía ou aceitava qualquer um desses elogios – era como se ainda fosse fiel a alguém que nunca foi fiel a ela. Sentia falta de contato intimo, porém, em seus pensamentos, havia o medo de um beijo novo, de um novo toque, não sabia como reagiria a isso e foi levando assim, agradecia com sorrisos ofuscantes que os atraiam cada vez mais, mas dançava, dançava como que para se livrar de pensamentos venenosos ao seu coração. Sim, seu melhor remédio era dançar, dançar, dançar, até que...
Iê...

19 de ago. de 2009

:: Dia Mundial da Fotografia ::

Para comemorar o Dia Mundial da Fotografia, nada melhor que postar imagens:

fotos Iêda Santos/ local: Costa do Sauípe

Dia Mundial da Fotografia

Por volta de 1554, Leonardo Da Vinci descobriu o princípio da câmera escura. Segundo este princípio, a luz refletida por um objeto projeta fielmente sua imagem no interior de uma câmera escura, que contenha um orifício para a entrada dos raios luminosos.
Fazendo uso deste princípio, muitos artistas simplificavam o trabalho de copiar objetos e cenas, utilizando câmeras dos mais diversos formatos e tamanhos. Ficavam dentro da própria câmera e pintavam a imagem refletida em uma tela ou pergaminho preso na parede oposta ao orifício da caixa. Para ler o restante da matéria...
clique aqui!

18 de ago. de 2009

:: Saudade ::

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"Como assim, Saudade?
Você não pode estar falando sério!
Voltou? Por quê?"
(A saudade faz qualquer força virar nada.... )
"Não, não aceito você aqui, senhora Saudade.
Não está vendo que só atrapalha?"
"Bora... Cai fora!"
(Saudade faz um segundo durar um milhão de milésimos!
Um dia... dura um ano.)

Iê...

16 de ago. de 2009

:: Boa Semana ::


Música Lion King - In the Jungle


P.S.: Comecei a semana sem inspiração alguma - daquele tipo de falta de criatividade que nos leva a fazer cara feia até para o que já está pronto/escrito -, então resolvi deixar um videozinho divertido para alegrar a semana de todos. Divirtam-se. beijos. Iê...

13 de ago. de 2009

:: Vício ou Feitiço ::

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A emoção explode feito fogos de artífício colorido e transborda nos olhos com certo frio na barriga. Ás vezes, o amor - vício ou feitiço cambaleante - parece ser infinito...


Iê...

12 de ago. de 2009

:: E ai, Sebastião? ::

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"O mundo é bão, Sebastião"?
Nem sempre.
Às vezes, injusto.
O mundo é porcalhão, Sebastião!

Iê...

8 de ago. de 2009

:: Quando Clarice fala por mim... ::

"...Mas não sou completa, não. Completa lembra realizada. Realizada é acabada. Acabada é o que não se renova a cada instante da vida e do mundo. Eu vivo me completando... mas falta um bocado." Clarice Lispector
"É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade." Clarice Lispector

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7 de ago. de 2009

:: a partir de hoje... ::

Agora é lei! É proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo em todo Estado de São Paulo. Viva, nunca mais voltaremos fedidos das baladas!!!

5 de ago. de 2009

:: Saudade ::

É absurdo o vício que tenho de você. D.R.O.G.A.
Chego a ter medo do meu futuro. A.M.AN.H.Ã.?.
Sim, Eu Amo Você. P.O.R.R.A.

Frase pichada em vários locais na cidade de São Paulo por autor desconhecido (foto: google imagens)

Iê...

obs.: Amigos, o Andanças de um All Star Vermelho está atualizado... Que tal uma passadinha lá?

1 de ago. de 2009

:: Diferenças em si ::

Às vezes a gente se olha no espelho e vê uma outra pessoa. É estranho, mas interessante quando nos olhando é que percebemos que estamos em transformação, que desejos antigos ficam para trás, que algumas coisas perdem o sentido, mesmo parecendo ainda de grande importância. Às vezes nos olhamos por fora e como num estalar de dedos enxergamos de verdade o que somos "no agora" por dentro e não reconhecemos nosso eu antigo. É significante se olhar de verdade, se olhar como se estivesse fora das situações - como se tivesse acabado de ir ao oculista e descobrir que enxergava embaçado por um altíssimo grau de miopia. É enigmático mudar, dá um medo tremendo, mas é como saltar de asadelta pela primeira vez - olhos fechados e apertados, força nos punhos e músculos rígidos como se protegesse do pior e depois, aos poucos, o vento no rosto te mostra como é delicioso voar ao invés do costumeiro andar, como é seguro e suntuoso abrir os olhos e enfrentar outra forma de vida ou a mesma vida com engrenagem diferente, com suspiros novos, sem a carga líquida incômoda nos olhos....

Iê...

"Somos todos retalhos de uma textura disforme e diversa que cada pedaço, a cada momento faz seu jogo. E existem diferenças entre nós e nós próprios como entre nós e os outros." ( Michel de Montaigne - Ensaios - Segundo Volume, I)

"Cada um de nós é vários, é muitos, é uma prolixidade de si mesmos. Por isso aquele que despreza o ambiente não é o mesmo que dele se alegra ou padece. Na vasta colônia do nosso ser há gente de muitas espécies, pensando e sentido diferentemente." (Fernando Pessoa - Livro do Desassossego - anotações de 30/12/1932)