17 de set. de 2008

História de amor... parte I

Esse é o resumo de uma história de amor interrompida. Uma história de amor cheia de momentos como esses de contos de fada, mas...


Tiveram o primeiro contato por e-mail. Um e-mail com um simples elogio. Desses que se deve agradecer e só. Mas, não se sabe bem como, a troca de e-mails aumentou e surgiu uma certa curiosidade em saber quem ele era. Já que só ele sabia quem era ela em carne e osso. Ela sabia que isso aconteceria, era inevitável. Mas achava que era apenas mais uma de suas amizades com meninos. Amizade mesmo, ela não pensou em outra coisa qualquer. Porém, quando ele apareceu na sua frente pela primeira vez foi tomada por uma alegria tão inusitada que seu mundo tremeu. Parecia que já o conhecia. Sensação estranha. Ficou estarrecida, deslumbrada pela beleza de seu sorriso. Aquele era o rosto do outro lado. Foi um contato simples. Desses que se sorri e só. Outros e-mails foram e voltaram com respostas cada vez mais intimas. Já sabiam muito um do outro. Ela tentava fugir de um possível encontro, já que era um caso duplamente proibido. Mas não conseguia. Lutava contra a vontade de responder e-mails e de conferir se a resposta da resposta havia chegado. Desesperada, pensou que era amor. E era. Mas ela ainda lutava contra isso. Um belo dia, como nesses de contos de fada, os dois se encontraram num desses encontros sérios. Almoço sério, num restaurante sério, como se tratassem de negócios. Ela, talvez ingênua com seus próprios sentimentos, achava que iria ser só isso. Mas, numa fila séria de um shopping sem muito significado, com o objetivo de ver um filme talvez não tão sério, mas de forma séria... surgiu um beijo roubado. Maravilhoso. Ali o mundo foi esquecido. Nesse momento mágico, ela se deu conta do que nem tinha se dado conta e nem lembrou de nada. Nem de coisas duplamente proibidas, nem coisas sentidas e não percebidas, nem sabia o que achava ou não. Mas sentiu e gostou. Gostou até demais. Mais um encontro. E mais um... Ficaram intimos e se tornaram um só.
Quando se tornaram apenas um corpo pela primeira vez, era como se estivessem deitados sobre uma nuvem com uma lua completamente cheia ao lado, dessas que tomam conta do céu inteiro no final de uma noite. Para ela parecia que o barulho do silêncio imitava trovões e seus corpos estavam em perfeita luxúria. Seus dedos entrelaçados afundavam na maciez dos lençóis durante o gozo mais magnífico experimentado em suas vidas. A felicidade tomou conta dos dois naquela noite que nem percebiam ser finalizada.
Assim, enfrentaram barreiras que inicialmente pareciam intermináveis, mas venceram todas. Viveram momentos extremamente felizes, sem muitos desentendimentos, na verdade pouquíssimos e que nunca duraram mais de 12 horas. Conheceram coisas novas, aprenderam outras juntos ou ensinaram coisas entre si. Ela sentia como se fossem uma só pessoa. Sonharam juntos. Cresceram juntos. Evoluíram até. E parecia ser o amor mais perfeito de todos os existentes no mundo. Mas, talvez apenas para ela.
Num dia estragado por uma dessas barreiras que se camuflam, ela viu o mundo dela, que era em vermelho vivo, acinzentar-se bruscamente. Com seu sempre ingênuo otimismo, que nem ela enxergava, achou que seria um simples trovão em mais um dia belo de suas vidas. Dias depois, o mundo desabou em sua cabeça e ela viu o quanto o amor que ela acreditava ter para ela não era suficientemente forte. Ele mudou de um segundo a outro, da água para o vinho. Falou coisas que não combinavam com sua boca, com as características que ela conhecia. Era outro, frio, calculista e, ao mesmo tempo, covarde. Saiu de cena devagar, seu rosto não conseguia encará-la, sua boca falava e não conseguia expressar a verdade. Deixou-a para trás, assim como se deixa um pacote de um brinquedo velho. Ela sentiu como se visse um resto de sol na sua vida, como se visse alguém correndo longe... Era ela. Porque ali havia ficado uma outra. Ele deixou apenas uma lacuna em suas vidas, saudade por todos os lados que ela se virava e uma dor de cólicas menstruais imensa, dor tenebrosa que parecia destruí-la. Deixou tudo a sua volta intacto e aquela que tem um amor indestrutível por ele despedaçada, com os olhos encharcados como que em uma tempestade, contemplando o nada.
É, contos de fada nem sempre têm final feliz!
Iê...
Texto escrito por Iêda Santos em julho/2007

5 comentários:

Alexandre Ofélio disse...

Por favor, coloque a parte II...

Muito bom!!! Tem tudo para virar livro.

Montanha

M disse...

É, eu não sou a favor ler contos de fadas às meninas. Porque as meninas crescem achando que o mundo e sua vida serão como o das princesas. Que os homens que se aproximam também serão aqueles que passaram a vida ao lado com o "viveram felizes para sempre", e quando vão ver, são apenas sapos.
Mas posso falar, eu tenho uma teoria! Os grandes amores são só grandes amores. São aqueles que a gente guarda as esperanças, lembranças e o nosso amor. Mas não passam disso. O amor de nossos grandes amores estão guardados para eles mesmos.

Anônimo disse...

E ai, Pequena!
Nem manda mais notícias. Adorei a nova cara do Blog. E a coragem de publicar seus textos escondidos. ;) Parabéns. Vai colocar todos?
Saudade de vc! Beijos

Iêda disse...

Pessoas,
Obrigada pelos comentários!

Montanha: quando escrevi essa primera parte também pensei nisso, mas só consegui chegar até a V parte! rsrs Que sabe consiga depois!

Milena: concordo plenamente com vc!

Fábio: Ah, vc é um dos únicos dois leitores dos meus textos! Muito privilégio, hein! Brigadão por passar aqui. Vou tentar publicar todas minhas bobagens!

Anônimo conhecido: sem comentários... mas obrigada por passar aqui para ler! Desculpa, mas apaguei, tá?

Obs.: História de amor não é real; é baseada em algo real, mas só o início da primeira parte! ;)

A Publicitária disse...

isso já aconteceu comigo... eh mto triste...