Resolvi dar continuidade a uma história que havia colocado aqui há quase um ano. Já tenho até a parte V escrita, mas nunca postei... Agora, que estamos na semana de aniversário do Vida Bailarina - dia 28 faz um ano de blogspot e 2 anos de existência de Vida Bailarina -, revi alguns posts antigos e resolvi continuar a história....
Para quem quiser relembrar ou ler pela primeira vez:
Parte III
Sim, ela mudou. Mas o que havia dentro dela, aquele sentimento fervente e brilhante, continuou ali, muitas vezes derramando lágrimas doloridas em seu rosto, lágrimas acompanhadas de soluços amargurados pela dor daquela falta que não estava preenchida com tudo o que ela inventara para tentar esquecer:
o silêncio oco em sua cabeça a fez reagir por uns instantes, lembrar que havia vida ao redor, apesar de parecer estar num mundo diferente, como quando se depara com a morte de alguém... Foi exatamente isso que ela escreveu uma vez para ele enquanto relatava a falta que ele fazia para ela – “Estranho, parece que você ainda faz parte de mim, às vezes parece que estou lidando com a morte de alguém. É este tipo de vazio que sinto...”.
Mas a lembrança de instantes atrás, do abraço fúnebre, dos lábios secos, da falta de sorriso naquele lindo rosto a fez reagir, fazer promessas a ela mesma que a partir do minuto seguinte esqueceria tudo e que construiria uma nova história – como se fosse possível. Pegou o telefone e ligou para um amigo. É, amigo, dessas suas verdadeiras amizades com meninos. Disse, pela primeira vez em sua vida, que precisava de ajuda, precisava conseguir voltar a ser ela mesma – já que a dor a consumira demais – não havia mais sorrisos, não havia mais brilho nos olhos, não havia mais alegria – havia apenas a cor fúnebre de um rosto que só conhecia lágrimas e de um corpo que apenas obedecia uma mente acostumada aos afazeres rotineiros de uma vida. Ficou ali parada por duas intensas horas. Muitas pessoas a olhavam, já que caia lágrimas em seu rosto por detrás daquele óculos escuro – mas as pessoas não sabiam que ali nascia uma outra menina, uma mulher de verdade talvez, dessas que não precisam de ajuda, dessas que não esperam que alguém a faça feliz – mesmo sabendo que às vezes isso seria impossível. Neste tempo em que esperava o amigo, fez planos de vida - prometeu que nunca mais imploraria o amor dele ou pediria para voltar-, fez promessas de amor a ela mesma. E apenas ela a amou de verdade - era isso que ela achou por muito tempo.
Quando viu o amigo próximo dela, com a cara de quem estava indo salvar uma enforcada, suspirou fundo e ensaiou um de seus melhores sorrisos. Sim, foi apenas um ensaio. Porque nesse tempo todo, o que parecia um ano para ela, não havia desabafado com ninguém, se isolou sentimentalmente do mundo real, e o que mais quis desde sempre foi um colo para deitar e esvaziar-se daquela dor esmagadora e ensurdecedora que havia dentro dela. Chorou, chorou, até ficar seca como terra árida que não recebe chuva há meses. O amigo? Calou-se. Esperou. Abraçou. Passou a mão em seus longos cabelos. E fez companhia em todas as loucuras que ela fez para levantar-se novamente.
Por um mês, ela voltou a brilhar, brilhava tanto que chamava atenção em todos os cantos que frequentava. Parecia feliz, mas não estava. Ele ainda fazia falta. Frequentou festas, baladas, fez viagens e aventuras maravilhosas, mas tinha instantes em que se isolava, chorava e “falava” com seu amor em pensamento, como que para entender o que havia acontecido com sua vida, com seu eu de verdade, como que pedindo socorro. Fez amizades novas, algumas boas, outras nem tanto. Era sempre acompanhada por seu amigo e por uma velha grande amiga. Usou um tipo de droga – isso não combinava com ela - e foi ai que levou o estonteante chacoalhão de seu amigo, a única vez em que ele não passou apenas a mão em sua cabeça e sim gritou, gritou, gritou muito, verdades nuas e cruas, para mostrar que o caminho não era esse. E ela voltou ao normal – só por um instante fez algo errado, no mais, ela só estava tentando entrar na vida normal e mostrar que se amava e que só queria voltar a ‘ser de verdade’. Fez planos, reergueu alguns que já existiam e realizou um por um, sempre sentindo falta de seu amor em cada realização – não o esquecia nem por um instante, apesar de... -, mas respirava fundo e agia rápido, para viver. Foi procurada por muitos rapazes, o que a fez sentir-se lisonjeada e com mais vontade de cuidar dela – sim, ela estava mais bonita que antes, cuidava de cada detalhe como nunca havia feito antes. Sentia-se bela. Linda - era como todos a viam. Mas ela não retribuía ou aceitava qualquer um desses elogios – era como se ainda fosse fiel a alguém que nunca foi fiel a ela. Sentia falta de contato intimo, porém, em seus pensamentos, havia o medo de um beijo novo, de um novo toque, não sabia como reagiria a isso e foi levando assim, agradecia com sorrisos ofuscantes que os atraiam cada vez mais, mas dançava, dançava como que para se livrar de pensamentos venenosos ao seu coração. Sim, seu melhor remédio era dançar, dançar, dançar, até que...
o silêncio oco em sua cabeça a fez reagir por uns instantes, lembrar que havia vida ao redor, apesar de parecer estar num mundo diferente, como quando se depara com a morte de alguém... Foi exatamente isso que ela escreveu uma vez para ele enquanto relatava a falta que ele fazia para ela – “Estranho, parece que você ainda faz parte de mim, às vezes parece que estou lidando com a morte de alguém. É este tipo de vazio que sinto...”.
Mas a lembrança de instantes atrás, do abraço fúnebre, dos lábios secos, da falta de sorriso naquele lindo rosto a fez reagir, fazer promessas a ela mesma que a partir do minuto seguinte esqueceria tudo e que construiria uma nova história – como se fosse possível. Pegou o telefone e ligou para um amigo. É, amigo, dessas suas verdadeiras amizades com meninos. Disse, pela primeira vez em sua vida, que precisava de ajuda, precisava conseguir voltar a ser ela mesma – já que a dor a consumira demais – não havia mais sorrisos, não havia mais brilho nos olhos, não havia mais alegria – havia apenas a cor fúnebre de um rosto que só conhecia lágrimas e de um corpo que apenas obedecia uma mente acostumada aos afazeres rotineiros de uma vida. Ficou ali parada por duas intensas horas. Muitas pessoas a olhavam, já que caia lágrimas em seu rosto por detrás daquele óculos escuro – mas as pessoas não sabiam que ali nascia uma outra menina, uma mulher de verdade talvez, dessas que não precisam de ajuda, dessas que não esperam que alguém a faça feliz – mesmo sabendo que às vezes isso seria impossível. Neste tempo em que esperava o amigo, fez planos de vida - prometeu que nunca mais imploraria o amor dele ou pediria para voltar-, fez promessas de amor a ela mesma. E apenas ela a amou de verdade - era isso que ela achou por muito tempo.
Quando viu o amigo próximo dela, com a cara de quem estava indo salvar uma enforcada, suspirou fundo e ensaiou um de seus melhores sorrisos. Sim, foi apenas um ensaio. Porque nesse tempo todo, o que parecia um ano para ela, não havia desabafado com ninguém, se isolou sentimentalmente do mundo real, e o que mais quis desde sempre foi um colo para deitar e esvaziar-se daquela dor esmagadora e ensurdecedora que havia dentro dela. Chorou, chorou, até ficar seca como terra árida que não recebe chuva há meses. O amigo? Calou-se. Esperou. Abraçou. Passou a mão em seus longos cabelos. E fez companhia em todas as loucuras que ela fez para levantar-se novamente.
Por um mês, ela voltou a brilhar, brilhava tanto que chamava atenção em todos os cantos que frequentava. Parecia feliz, mas não estava. Ele ainda fazia falta. Frequentou festas, baladas, fez viagens e aventuras maravilhosas, mas tinha instantes em que se isolava, chorava e “falava” com seu amor em pensamento, como que para entender o que havia acontecido com sua vida, com seu eu de verdade, como que pedindo socorro. Fez amizades novas, algumas boas, outras nem tanto. Era sempre acompanhada por seu amigo e por uma velha grande amiga. Usou um tipo de droga – isso não combinava com ela - e foi ai que levou o estonteante chacoalhão de seu amigo, a única vez em que ele não passou apenas a mão em sua cabeça e sim gritou, gritou, gritou muito, verdades nuas e cruas, para mostrar que o caminho não era esse. E ela voltou ao normal – só por um instante fez algo errado, no mais, ela só estava tentando entrar na vida normal e mostrar que se amava e que só queria voltar a ‘ser de verdade’. Fez planos, reergueu alguns que já existiam e realizou um por um, sempre sentindo falta de seu amor em cada realização – não o esquecia nem por um instante, apesar de... -, mas respirava fundo e agia rápido, para viver. Foi procurada por muitos rapazes, o que a fez sentir-se lisonjeada e com mais vontade de cuidar dela – sim, ela estava mais bonita que antes, cuidava de cada detalhe como nunca havia feito antes. Sentia-se bela. Linda - era como todos a viam. Mas ela não retribuía ou aceitava qualquer um desses elogios – era como se ainda fosse fiel a alguém que nunca foi fiel a ela. Sentia falta de contato intimo, porém, em seus pensamentos, havia o medo de um beijo novo, de um novo toque, não sabia como reagiria a isso e foi levando assim, agradecia com sorrisos ofuscantes que os atraiam cada vez mais, mas dançava, dançava como que para se livrar de pensamentos venenosos ao seu coração. Sim, seu melhor remédio era dançar, dançar, dançar, até que...
Iê...
6 comentários:
Uau! Gostei dessa nova modalidade... suspense! rsrs
Linda história... to me roendo aqui pra ler o restante...
Como é que eu não havia lido nenhuma das partes anteriores?! Achei que fosse assídua leitora há mais tempo. =/
Beijão e ótima semana!
Ainda não li porque aqui no trabalho é impossível, mas assim que chegar em casa vou prestigiar!
beijão
Nossa!
Linda a história...
To curiosa para ler a próxima parte...
Sabe, ela tem um amor, que independente de tudo é DELA. E o novo... O que poderia ser o novo? E quem não tem esse medo, quando temos a segurança de um sentimento nosso???
Ameiiii!
To curiosa agora!
Um beijo mágico e uma ótima semana!!!
Vai ter continuação, não é? não vai deixar no suspense. `
Ótimo texto. Muito bem escrito, bjs
Oi Iêda
Encontrei teu blog numa comunidade do orkut e gostei muito.
Parabéns.
Já to seguindo e quero acompanhar o final da história.
Vai lá me conhecer:
http://www.pensoemtudo.blogspot.com/
bjnho
Belo texto, me fez pensar e quando isso acontece, é ótimo, adoro ler textos que provocam meu pensamento, parabéns. Um convite, vem seguir-me lá tenhos alguns devaneios, espero por vc, bjosssssssss!!
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